Os dados sobre o crescimento económico no terceiro trimestre, divulgados esta semana pelo INE, trouxeram, mais uma vez, boas notícias: a economia portuguesa cresceu mais 0,5% do que no trimestre anterior e mais 2,5% do que no trimestre homólogo do ano passado.

Estes números impõem quatro conclusões fundamentais.

Primeira conclusão: ao contrário do que alguns disseram, a economia acelerou no terceiro trimestre. De facto, enquanto no segundo trimestre o crescimento face ao trimestre anterior tinha sido de apenas 0,3%, agora o ritmo de crescimento face ao trimestre precedente foi superior em duas décimas, chegando aos 0,5%. Visto que o ritmo de uma economia se afere pela comparação com o trimestre anterior, não há que ter dúvidas: a economia, agora, acelerou.

Segunda conclusão: o crescimento alcançado no terceiro trimestre confirma a previsão do Governo de um crescimento económico de 2,6% no conjunto de 2017. Na verdade, com crescimentos homólogos em cada um dos três primeiros trimestres do ano de, respetivamente, 2,8%, 3% e, agora, 2,5%, torna-se claro que, se nada de anormal acontecer no quarto trimestre, um crescimento anual de 2,6% está perfeitamente ao alcance da economia portuguesa.

Terceira conclusão: a ser assim, crescendo 2,6% em 2017, a economia portuguesa não só terá o maior crescimento desde o início do século (!), como retoma, finalmente, a tão ambicionada convergência com a Europa. Com efeito, segundo as recentes previsões da Comissão Europeia, a Zona Euro crescerá este ano apenas 2,2%, ou seja, menos 4 décimas do que Portugal.

Quarta conclusão, não menos importante: este crescimento económico vai implicar um aumento do poder de compra das pensões. Efetivamente, ao crescer como cresceu nos últimos dois anos, e também neste terceiro trimestre, acima de 2%, a economia cresce o suficiente para, nos termos da lei da segurança social, se processar, pela primeira vez, um aumento real automático de todas as pensões inferiores a 842 euros. Esse aumento, que será de 0,5% acima da inflação (perfazendo um aumento global de 1,7%), vai beneficiar 2,6 milhões de pensionistas (cerca de 85% do total) e significa mais um importante contributo para o reforço do rendimento das famílias e para o combate à pobreza e às desigualdades.

Em suma, o "virar da página da austeridade", promovido pelo Governo de António Costa, permitiu a Portugal retomar um duplo processo de convergência com a Europa: em termos económicos e em termos sociais. Moral da história: valeu a pena mudar.

 

Artigo publicado no Jornal de Notícias

 

 

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