Cumprem-se, por estes dias, dois anos de Governo PS, com apoio das esquerdas. E a verdade é que o Governo de António Costa chega a este tempo de balanço, a meio do mandato, com excelentes resultados para mostrar. Sem qualquer dúvida, o sucesso mais impressionante alcançado pelo Governo reside na criação de emprego. Na verdade, em apenas dois anos a economia portuguesa foi capaz de criar 242 mil empregos (!), a maior parte dos quais sem prazo – é obra! Consequentemente, a taxa de desemprego, que estava nos 12,2%, caiu para 8,5% e o número de trabalhadores desempregados diminuiu de 633 mil para 444 mil.
Naturalmente, este impressionante resultado no domínio do emprego só foi possível porque a política económica do Governo, assente na famosa “viragem de página da austeridade”, foi um sucesso. De facto, a economia cresce como não se via desde o início do século – um crescimento que este ano deverá atingir os 2,6%, bem acima dos 2,2% que se preveem para a média da Zona Euro. Em suma, estamos de novo a convergir com a Europa.
A alavanca decisiva para esta melhoria substancial nos indicadores económicos, como é sabido, foi a política de recuperação dos rendimentos das famílias, que pôs fim à desastrosa estratégia de empobrecimento que a Direita tinha prosseguido nos últimos anos. Contudo, esta melhoria dos rendimentos não teve apenas um efeito positivo na economia, teve também enormes implicações sociais, quer nas condições de combate à pobreza e às desigualdades, quer na própria estabilidade da vida familiar e no fomento da natalidade – o que é da maior importância para o futuro do país.
Depois, há que referir os incontornáveis resultados alcançados pela política orçamental, com a redução do défice (o mais baixo de sempre na democracia portuguesa) e a redução da dívida pública (que este ano terá a maior redução dos últimos 19 anos). Este notável desempenho tem sido, aliás, amplamente reconhecido por todas as instituições internacionais e até pelas famigeradas agências de rating – que, finalmente, têm levado Portugal a virar também a “página do lixo”.
Naturalmente, nenhum Governo faz tudo bem feito – e este, decerto, não será exceção. Mas não percamos de vista o essencial: os resultados que o Governo de António Costa conseguiu alcançar em apenas dois anos fizeram a diferença, toda a diferença, quer na situação de Portugal, quer nas condições de vida dos portugueses – o que foi bom para a economia. E tiveram ainda um outro mérito: provaram que havia uma alternativa – o que foi excelente para a democracia.
Artigo publicado no Jornal de Notícias