Deixemos de lado as polémicas artificiais que tanto ocupam o espaço mediático e vamos ao que realmente interessa para a vida dos portugueses e para o futuro do país. O INE revelou ontem a taxa de desemprego (provisória) referente ao mês de junho de 2017: 9%, o valor mais baixo registado em Portugal desde novembro de… 2008!
Para se compreender o alcance deste notável resultado e medir a evolução extraordinária que o país fez no capítulo do emprego desde que entrou em funções o atual Governo socialista, é preciso comparar os dados mensais do desemprego apurados agora pelo INE com os que o mesmo INE apurou para novembro de 2015, último mês do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas (comparação legítima visto que os dados mensais do desemprego são apresentados pelo INE já corrigidos da sazonalidade). Vejamos, então, como estávamos na altura e como estamos agora.
O que os números dizem é simplesmente impressionante. A taxa de desemprego, que estava nos 12,2% em novembro de 2015, baixou agora, em junho de 2017, para 9% – uma descida abrupta de 3,2 p.p. em menos de dois anos. Quanto ao número de desempregados, que era de 626 mil quando a Direita deixou o poder, diminuiu agora para 462 mil, ou seja, temos hoje menos 164 mil pessoas no desemprego. Mais importante ainda, o número de pessoas com emprego, que se ficava pelos 4,500 milhões em novembro de 2015, aumentou agora para 4,672 milhões – o que quer dizer que, em apenas 19 meses, foram criados em Portugal, em termos líquidos, 172 mil novos empregos! Simplesmente notável, seja qual for o critério.
A forte dinâmica de criação de emprego é, sem qualquer dúvida, o dado mais relevante e um dos sinais mais encorajadores para o futuro do país. Além de confirmar, de forma inequívoca, um movimento expressivo de recuperação da economia portuguesa, o indicador da criação de emprego mostra que a redução da taxa de desemprego que agora se verifica já não se deve, como antes sucedia, ao efeito estatístico colateral de dois fatores negativos: a emigração dos jovens e a redução da população ativa. Pelo contrário, hoje podemos dizer, com segurança, que é a criação líquida de emprego que explica a redução da taxa de desemprego.
Os últimos dados revelados pelo INE sobre a evolução da taxa de desemprego não permitem duas interpretações: mostram, sem qualquer dúvida, que a política económica e orçamental do Governo socialista está a cumprir a sua promessa de dar prioridade ao problema do emprego. Mas revelam outra coisa ainda mais importante: a “viragem da página da austeridade” significou também uma viragem decisiva no combate ao desemprego. Que já tardava.
Artigo publicado no Jornal de Notícias